Doença de Parkinson

O mal de Parkinson é uma doença neurológica degenerativa e progressiva que afeta as pessoas, independentemente do sexo, raça ou classe social. Após os 55 anos de idade, o mal de Parkinson é diagnosticado em 1% da população, aumentando com a idade. Geralmente inicia entre 50 e 70 anos, mas pode-se encontrar pacientes com início mais precoce, antes dos 40 anos, e até mesmo antes dos 21 anos.
O mal de Parkinson foi descrito pela primeira vez de forma bem definida por James Parkinson, médico inglês, em 1817. O francês Jean-Martin Charcot, pioneiro da moderna neurologia na segunda metade do século XIX, teve uma participação na definição do mal de Parkinson de tamanha monta, que seria justo acrescentar seu nome à doença. Foi ele quem mudou o nome da “paralisia agitante” para doença de Parkinson.
Essa enfermidade degenerativa ocorre devido a uma perda progressiva de células que produzem dopamina, um mediador químico do cérebro muito importante, principalmente para a motricidade. Consequentemente, aparecem os sintomas do mal de Parkinson.

Sintomas de Parkinson

Os sintomas e sinais principais são tremor de repouso, lentidão dos movimentos (bradicinesia), rigidez muscular e instabilidade postural. O tremor é característico da doença, com flexão-extensão dos dedos, combinadas com a adução-abdução do polegar, produzindo o clássico sinal de “contar dinheiro”. A rigidez também é característica, sendo chamada “em roda denteada”. O diagnóstico é estabelecido com a presença de dois sintomas mais a resposta ao principal medicamento, chamado L-dopa. Outros dados clínicos importantes são distúrbios da marcha, perda de movimentos espontâneos da face (fácies em máscara), alteração da voz, hipersalivação, alteração do olfato, hipotensão ao ficar em pé, obstipação intestinal, alteração da escrita (micrografia), distúrbios do sono, depressão, câimbras, entre outros.


Tratamento de Parkinson

O tratamento do mal de Parkinson pode ser dividido em não farmacológico, com medicamentos e cirúrgico.
A terapia ocupacional, a fisioterapia, a fonoterapia, a psicoterapia e a nutrição são muito importantes para os pacientes.
Os medicamentos têm como fundamento principal a reposição da dopamina. A L-dopa nas suas diferentes apresentações, é o medicamento mais eficaz. Também são utilizadas medicações anticolinérgicas, bem como antidepressivos, a amantadina, os agonistas dopaminérgicos, a apomorfina, bem como substâncias inibidoras da COMT. A rotigotina tem sido utilizada na forma de adesivo, que é trocado uma vez por dia.
Um dos problemas mais importantes no acompanhamento dos pacientes é o aparecimento das complicações do tratamento com L-dopa, com a presença de flutuações, como os fenômenos on-off e discinesias. Os pacientes passam a alternar momentos de ficarem “travados”, com outros em que tem movimentos involuntários, chamados de discinesias.

Outras complicações, principalmente as neuropsiquiátricas, como depressão, demência e a psicose, além de hipotensão, obstipação, contribuem para a piora da qualidade de vida. Com o passar do tempo, foram descritas diferentes técnicas cirúrgicas no tratamento do mal de Parkinson. A técnica chamada estereotaxia permite a colocação de um eletrodo de forma muito precisa no cérebro, onde existe um desequilíbrio nas vias nervosas. O tratamento pode ser realizado por lesão com radiofrequência ou radiocirurgia (gamma knife), ou pelo implante de e um marca-passo cerebral. Esta técnica de estimulação cerebral profunda, conhecida pela sigla em inglês DBS, tem índice de complicação muito baixo é a cirurgia mais eficaz no tratamento do Parkinson. O gerador implantado no tórax envia impulsos elétricos que vão passar pelos eletrodos cerebrais e controlar as conexões cerebrais para aliviar os sintomas, como os tremores, a rigidez, as discinesias e a lentidão.
Existem muitas pesquisas em andamento, havendo grande expectativa para o uso de células tronco no futuro.

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